

Desde já, digo que a poesia é uma forma de arte, é a arte de escrever, são emoções a nível estético.
E, estes dois autores, Sophia de Mello Breyner e Manuel Alegre, fazem-no de forma diferente. Enquanto Sophia de Mello parte de vivências, de emoções, de sentimentos que em cada texto estão presentes os elementos marcantes como o sol, o vento, a luz. Sophia apresenta uma paixão pela Natureza, como pela poesia, a Natureza é maravilhosa aos olhos dela, e em cada texto realça a sua importância. Começou a escrever antes de a saber fazer, isto marca o grande objectivo que a poesia tinha para ela. Pede aos Deuses não para os homens seres como eles, mas para serem mais divinos e se aproximarem do bem como do mal. Cada palavra é mágica, e ela sabe agrupá-las, juntá-las, ela diz que não faz os poemas mas eles fazem-se por si, é algo inspirador que vagueia para além da noite fora. Diz que as cidades são conflituosas, lugares de desencontros. A Natureza cativou-a, e ela tenciona mostrar isso ao mundo. Manuel Alegre escreve conforme as emoções, dizem que ele era o hino da liberdade. Cada palavra cativava as pessoas, mas, no entanto, uma palavra era um sinal de esperança, de luta para aqueles que passavam e viviam antes do 25 de Abril, foi preso pela PIDE, o que mostra revolta nos seus textos, ele tenta expressar-se face à opressão, face à angústia que sentiu! A Poesia, para Manuel Alegre, é uma forma de medição, é um ritmo que só ele entende, para Sophia basta estar quieta e calada que a poesia ouve-se.
Mas um poema não é só a parte da emoção, um poema tem de ser apreciado pela forma como é escrito, e bem como pela sua estrutura. Estrutura interna e estrutura externa. A forma como o poema está disposto também transmite alguma coisa. Sophia por vezes não recorre à pontuação para sentir que não está limitada, não está presa, assim como Manuel por vezes abdica de minúsculas. O poema inteiro, fala por si, a maneira como está disposto, e é escrito também diz muito acerca dele. A poesia também diz muito em relação ao tempo em que foi escrito. Neste caso, os dois têm sentimento de opressão e de revolta quando se fala na época anterior ao 25 de Abril! São duas maneiras distintas de fazer poesia e de a sentir.
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