
''Cântico Negro'', poema de José Régio, contido em ''Poemas de Deus e do Diabo''.
Este autor aborda a problemática do indivíduo que anseia por sua afirmação impôr-se, a partir duma contestação de uma norma e de um afastamento da vivência colectiva.
O texto desenvolve-se assim partindo de uma contestação da norma colectiva, da necessidade de autonomia, de liberdade bem como de independência. O posicionamento do ''eu'' (no ínico de algumas estrofes), leva à afirmação da sua individualidade perante o mundo que o rodeia!
Ao longo do texto, José Régio estabelece comparações entre elementos opostos, formando-se assim um texto em torno da individualidade e da colectividade.
Um título diz-nos muito...
''Cântico'', cântico tranparece-nos uma ideia de homenagem, de algo divino, enquanto ''negro'' nos lembra a escuridão, algo sombrio.
Assim ''Cântico negro'' diz respeito à revolta de algo, diz respeito negação de valores vigentes.
José Régio na minha opinião, pretende transmitir-nos que a sua atitude contrária aos outros, em essência consiste apenas em não ser como os outros.
''Prefiro escorregar nos becos lamacentos'' (v.18); ''Como farrapos, arrastar os pés sangrentos'' (v.20), prefere ter consciência das enormes dificuldades, graças à singularidade da sua opção, da sua experiência, em que não lhe permite apoiar-se em vivências alheias. Prefere o viril enfrentamento da sua opção. Toma assim consciência da virtualidade de dificuldades, graças à autonomia da sua escolha. O verso 18 repõe-nos para riscos e quedas, para profundidades. O verso 20, remete-nos para o desgaste de aspectos negativos. Assim, estes versos estão não só ligados a uma interioridade como também podem ser associados a resultados negativos de obediência aos instintos.
''Não, não vou por aí! Só vou por onde me levam meus próprios passos...'' (v. 14-15). Não acompanha ninguém, ele só vai onde os passos o levarem, ele traçou o seu próprio caminho e tenciona segui-lo sem ninguém. Cria assim uma ideia de idepêndencia e revolta.
Utiliza a antítese quando se refere a Deus e ao Diabo. '' Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.'' (v.40). Realça forças indestrutíveis e absolutas, ligando o Bem e o Mal.
Ao longo do texto, foi visível o ''eu'' marcante, foi perceptível a separação que o autor criou entre o ''eu'' e os ''outros''. Apesar disso, José Régio acaba por dizer ''É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou...'' (v.48-49). Acaba por ver a definição de vida como uma onda, um átomo , pretende assim dar a entender o sentido de unidade, união, de um todo. Desta forma, deixa-se trair na sua definição de indivíduo que faz ao longo de todo o texto, pois termina por admitir-se parte de um todo, colectividade.
É um texto rico em vivências e sentimentos. Gostei bastante do analisar e preceber melhor o que José Régio pretende transmitir.
Este autor aborda a problemática do indivíduo que anseia por sua afirmação impôr-se, a partir duma contestação de uma norma e de um afastamento da vivência colectiva.
O texto desenvolve-se assim partindo de uma contestação da norma colectiva, da necessidade de autonomia, de liberdade bem como de independência. O posicionamento do ''eu'' (no ínico de algumas estrofes), leva à afirmação da sua individualidade perante o mundo que o rodeia!
Ao longo do texto, José Régio estabelece comparações entre elementos opostos, formando-se assim um texto em torno da individualidade e da colectividade.
Um título diz-nos muito...
''Cântico'', cântico tranparece-nos uma ideia de homenagem, de algo divino, enquanto ''negro'' nos lembra a escuridão, algo sombrio.
Assim ''Cântico negro'' diz respeito à revolta de algo, diz respeito negação de valores vigentes.
José Régio na minha opinião, pretende transmitir-nos que a sua atitude contrária aos outros, em essência consiste apenas em não ser como os outros.
''Prefiro escorregar nos becos lamacentos'' (v.18); ''Como farrapos, arrastar os pés sangrentos'' (v.20), prefere ter consciência das enormes dificuldades, graças à singularidade da sua opção, da sua experiência, em que não lhe permite apoiar-se em vivências alheias. Prefere o viril enfrentamento da sua opção. Toma assim consciência da virtualidade de dificuldades, graças à autonomia da sua escolha. O verso 18 repõe-nos para riscos e quedas, para profundidades. O verso 20, remete-nos para o desgaste de aspectos negativos. Assim, estes versos estão não só ligados a uma interioridade como também podem ser associados a resultados negativos de obediência aos instintos.
''Não, não vou por aí! Só vou por onde me levam meus próprios passos...'' (v. 14-15). Não acompanha ninguém, ele só vai onde os passos o levarem, ele traçou o seu próprio caminho e tenciona segui-lo sem ninguém. Cria assim uma ideia de idepêndencia e revolta.
Utiliza a antítese quando se refere a Deus e ao Diabo. '' Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.'' (v.40). Realça forças indestrutíveis e absolutas, ligando o Bem e o Mal.
Ao longo do texto, foi visível o ''eu'' marcante, foi perceptível a separação que o autor criou entre o ''eu'' e os ''outros''. Apesar disso, José Régio acaba por dizer ''É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou...'' (v.48-49). Acaba por ver a definição de vida como uma onda, um átomo , pretende assim dar a entender o sentido de unidade, união, de um todo. Desta forma, deixa-se trair na sua definição de indivíduo que faz ao longo de todo o texto, pois termina por admitir-se parte de um todo, colectividade.
É um texto rico em vivências e sentimentos. Gostei bastante do analisar e preceber melhor o que José Régio pretende transmitir.
Esta dedução é relevante e revela muita perspicácia!
ResponderEliminar"Acaba por ver a definição de vida como uma onda, um átomo , pretende assim dar a entender o sentido de unidade, união, de um todo. Desta forma, deixa-se trair na sua definição de indivíduo que faz ao longo de todo o texto, pois termina por admitir-se parte de um todo, colectividade."