Filha de Manoel da Silveira Montesino e de Helena da França de Ávila, nasceu em Lisboa a de Maio de 1602. Conhecida por ser uma freira dominicana que na sua vida secular se chamava Violante Montesino. A 29 de Agosto de 1630 entrou para a ordem dominicana onde permaneceu no convento de Nossa Senhora da Rosa (convento das monjas da Ordem dos Pregadores), Lisboa.
Foi uma das poetisas mais consideradas do seu tempo, sendo hoje conhecida por vários meios culturais da época como a Décima Musa e Fénix dos Engenhos Lusitanos. Aos 17 anos deu-se a conhecer por ter composto uma comédia para ser representada durante a visita de Filipe II a Lisboa.
Soror Violante do Céu ficou famosa no seu tempo por escrever poemas, peças de oratória e comédias. Algumas das duas obras mais conhecidas são as Rimas Várias (1646), Romance a Cristo Crucificado (1659), Solilóquios para Antes e Depois da Comunhão (1668), Meditações da Missa e Preparações Afectuosas de Uma Alma Devota (1689) e Párnaso Lusitano de Divinos e Humanos Versos (1733).
Escreveu em português e em castelhano, e a sua escrita revela destreza nos jogos poéticos conceptuais e forte sentido melódico, característicos da literatura barroca na qual esta poetisa viveu. Faleceu, a 28 de Janeiro de 1693 no convento.

A UMA AUSÊNCIA
Vida que não acaba de acabar-se,
Ou pode de imortal acreditar-se.
Vida que já não chega a terminar-se,
Pois chega já de vós a dividir-se,
Ou procura, vivendo, consumir-se,
Ou pretende, matando, eternizar-se.
O certo é, Senhor, que não fenece,
Antes no que padece se reporta,
Por que não se limite o que padece.
Mas viver entre lágrimas, que importa
Se vida que entre ausência permanece
É só viva ao pesar, ao gosto morta?
Soror Violante do Céu.